domingo, 17 de agosto de 2008

Nonsensentido

Nem todo nonsense faz sentido
Nem todo sentido é preciso
Sentido algum é preciso
Não preciso de sentido

Cato teu fruto
Teu corpo árvore - maçã proibida
Corpo-árvore-fruto-maçã proibida

ética. amizade. existência. existencialismo.
sim, existencialismo, Pequena, existencialismo.
liberdade. liberdade

Inquieto
Lembrando
Tento pintar um quadro verbal
Mas as palavras carecem de cor
A tonalidade escapa ao verbo.

Quero a metafísica daquele chocolate
Que nossa boca lambusou.

liberdade, minha pequena... liberdade.

sexta-feira, 8 de agosto de 2008

Virtual[idade]

Introdução:
Milhares de flash´s, nesse momento, por todo canto da cidade, incidem sobre todo tipo de coisa. É a chamada era visual, das representações visuais, da produção alucinada de imagens por segundo.

Enquanto isso, por todo canto do imaginário social recente, em torno das expectativas futuristas sobre o surgimento dos ciborgues (e aqui vale o neologismo para adequação do símbolo à nossa língua), uma curiosa questão se nos apresenta: esse imaginário coletivo , preconizador da emergência de um novo humano cuja própria nomenclatura já parece obsoleta por não dar conta da demanda conceitual que transformações significativas produziram no ser pós moderno (pós humano?), não nos parece atrasado no que diz respeito à evidência das transformações sofridas pelo homem, na dialética entre seu ser e as possibilidades técnicas que sua cultura lhe proporciona? Em outras palavras, os ciborgues somos nós, mas ao mesmo tempo, estranha e paradoxalmente, é como se estivéssemos nos esperando chegar de um futuro distante: hoje.

Agora, em qualquer lugar do mundo onde o capitalismo já desenvolveu as condições mercadológicas de popularização e conseqüente difusão das novas possibilidades técnicas de sociabilidade, mais especificamente o não-lugar da virtualidade, alguém está tirando uma foto para ser postada num site de relacionamentos.
Buscando uma referência teórica para dialogar com essa observação, é pertinente trazer à baila uma citação do pensador Baudrillard sobre questões da era do virtual: “...não podemos nem imaginar o quanto o virtual já transformou, como que por antecipação, todas as representações que temos do mundo...”. ¹ Ora, Baudrillard pensou isso muito antes da democratização e do uso massificado das formas de sociabilidade virtual, por isso seu pensamento abrange questões muito mais profundas sobre o dilema do homem diante do mundo de suas próprias máquinas. Paradigmas que não podem ser discutidos em simples termos de sociologia da comunicação. Portanto, nos deteremos no esforço de enquadrar algumas manifestações sociais específicas produzidas pelo hibridismo entre o virtual e o real: a virtualidade do real, tendo como pano de fundo todo aparato das novas tecnologias comunicacionais.

1.: Baudrillard, Jean. Tela Total: mito-ironia do visual e da imagem. pag. 57.